Presidente da Associação dos Peritos Criminais fala sobre projeto que visa tirar autonomia da Polícia Científica

O presidente da Associação dos Peritos Criminais da Polícia Civil de Pernambuco (APOCPE), Enock Santos, concedeu uma entrevista ao Pernambuco no Ar nesta quinta-feira (13). Enock falou sobre um projeto da Secretaria de Defesa Social (SDS), que propõe tirar a autonomia da Polícia Científica. O presidente ainda falou sobre ações injustas que foram tomadas contra os peritos. A Polícia Científica faz parte da SDS, como o Corpo de Bombeiros, por exemplo, e responde somente ao secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

Enock revelou que os peritos ficaram muito preocupados com a ideia de serem subordinados aos delegados de policia. Ele considera um retrocesso e
disse não querer aceitar a proposta. "A gente tem a autonomia técnica e científica pra fazer nosso trabalho. De repente, quando surgiu essa situação a gente parte pra retroceder no tempo. No passado a gente já chegou a ser subordinado e a experiência foi muito ruim", comentou.

Para ele, estar subordinado à polícia pode acabar não dando resultados tão precisos na análise. "O delegado poderia apresentar o suspeito, condenar, sem colocar na prova técnica pra estabelecer justamente essa linha, se realmente foi ou não foi. Então a gente poderia ter até um suspeito na cadeia, sendo inocente", enfatiza Enock.

O presidente comenta ainda que foi injusta a demissão do perito trabalhou no Caso Beatriz, visto que é sócio cotista de uma empresa, mas não sócio administrador e foi perito revisor e não atuou diretamente no caso. Também disse querer continuar trabalhando 40 horas semanais, e não está de acordo em trabalhar 24 por 72 horas, como quer o secretário de Defesa Social. Outro ponto injusto apontado por Enock foi a exoneração da gerente geral da Polícia Científica. "A gente está decidido de não aceitar a proposta de ficar subordinado a delegado de policia. A gente  não pode retroceder", confessou. 



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